segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Agosto

A lista a seguir reúne os filmes que eu vi durante o mês de Agosto, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.

Permanência – Leonardo Lacca: É um bom filme, com ótimas atuações, mas é impossível não se decepcionar um pouco com o roteiro. Nota: 3/5

A História da Eternidade – Camilo Cavalcante: Ótimo filme, muito bem dirigido e com um visual lindíssimo, além de trazer pelo menos duas cenas extremamente memoráveis (uma que envolve uma apresentação teatral do personagem do Irandhir Santos, e outra que envolve o mesmo e sua sobrinha em uma "visita" ao mar). Nota: 4/5

Tropa de Elite – José Padilha: Filmaço! Um dos meus preferidos não só do Brasil como de todo o mundo. Traz inúmeros momentos marcantes e faz um complexo estudo sobre a sociedade brasileira, sem nunca soar demagogo. Além disso, tem a que é possivelmente a melhor atuação da carreira do Wagner Moura. Nota: 5/5

Hotel Transilvânia – Genndy Tartakovsky: Realmente não consigo ver graça nenhuma no humor exagerado da Dreamworks. Este é mais um filme com potencial, com um ou outro momento inspirado (destaque para a piada com Crepúsculo), mas que de modo geral é apenas esquecível e sem graça. Nota: 2/5

Paris-Manhattan – Sophie Lellouche: Para quem é fã do Woody Allen, a premissa é interessante o suficiente para você assistir até o fim, mas isso não anula o fato de que o filme é extremamente aborrecido e recheado de personagens desinteressantes. Nota: 3/5

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro – José Padilha: Excelente. Forma uma incrível e fascinante trilogia com "Ônibus 174" e "Tropa de Elite". É impossível não se sentir impotente e frustrado enquanto assiste o filme, diante de uma realidade tão podre e quase impossível de melhorar. Nota: 5/5

Branco Sai, Preto Fica – Adirley Queirós: Mais uma prova da capacidade criativa do cinema nacional, mostrando que uma das principais qualidades de nossas produções é a diversidade. Mas o filme em si eu não curti muito. Tem qualidades e, como eu já citei, é bem criativo, mas também é incapaz de causar qualquer emoção, o que, tendo em vista sua proposta, é imperdoável. Nota: 3/5

Gatinhas e Gatões – John Hughes: No que diz respeito à filmes sobre juventude, John Hughes é mestre. Filme adorável, divertido e recheado de personagens carismáticos. Nota: 4/5

Jack, o Caçador de Gigantes – Bryan Singer: O filme é bem mediano, com um roteiro bem fraquinho, mas pelo menos consegue usar os efeitos visual para criar um clima de conto de fadas com toque modernos que é bem interessante. Nota: 3/5

Relatos Selvagens – Damián Szifron: Já havia comentado em janeiro, link aqui.

Atração Perigosa – Ben Affleck: Ótimo filme. É o mais fraco do Ben Affleck, mas isso não é demérito nenhum tendo em vista que seus outros dois trabalhos são praticamente perfeitos. O roteiro falha aqui e ali ao se sentir na obrigação de incluir frases de efeito no final de quase todas cenas, mas pelo menos consegue desenvolver muito bem os personagens, além disso, a direção do Ben Affleck é extremamente segura criando um clima constante de tensão e um ritmo extremamente agradável e competente. Nota: 4/5

Amor Á Flor da Pele – Wong Kar-Wai: Particularmente, não achei um grande filme. Mas é interessante o carinho com que ele desenvolve os personagens, dá para perceber a influência em vários outros filmes, como Encontros e Desencontros, etc. Nota: 3/5

Férias Frustradas de Verão – Greg Mottola: Gosto muito do humor dos filmes do Greg Mottola (Superbad é um dos meus filmes preferidos, não só entre os de comédia), mas este "Férias Frustradas..." me soou bem fraquinho. As piadas dificilmente funcionam e falta carisma aos personagens, sem contar que o designe de produção perde a oportunidade de fazer uma interessante reconstrução de época, criando um visual desinteressante e batido. Nota: 3/5

O Perigoso Adeus – Robert Altman: Altman é um diretor que eu admiro, mas muito mais pela sua influência do que pelos filmes em si. Nashville, por exemplo, é indiscutivelmente um clássico, mas é também um filme que eu não vejo a menor graça. 
Sendo assim, me surpreendi muito com este "O Perigoso Adeus", pois foi um filme que eu adorei. Não só é bem dirigido, como conquista pela sua trama envolvente e seus personagens carismáticos.
É interessante notar também como Paul Thomas Anderson foi influenciado por Altman, principalmente em seus (incríveis) primeiros filmes, que traziam um alto número de personagens e sub-tramas, e seu novo trabalho, "Vício Inerente", foi, de certa forma, uma versão deste "O Perigoso Adeus". Nota: 4/5

Depois da Chuva – Cláudio Marques e Marília Hughes: Um daqueles filmes que não vai pra lugar nenhum, sendo um puro desperdício de potencial. Poderia trazer complexos estudos de personagens, uma boa reconstrução de época, um visual marcante... mas ao invés disso, é um filme lugar comum, esquecível e chato. Nota: 3/5

Quarteto Fantástico – Josh Trank: Crítica completa aqui.

Uma Verdade Inconveniente – Davis Guggenheim: Ótimo filme, apresenta suas ideias com calma, é relevante e atual, exige participação do espectador... Dá até uma dorzinha pensar que o Al Gore teve mais votos, mas mesmo assim perdeu a presidência pro Bush... Nota: 4/5

Sangue Negro – Paul Thomas Anderson: Que filme! Já é a terceira vez que assisto e a cada vez gosto mais, poucos filmes conseguem ser tão completos quanto este.
Daniel não só é um homem frio, ele é a personificação da ganância, da sede cega por poder. É interessante como o HW, mesmo sendo usado apenas como um objeto, de certa forma mantinha um resquício humano em Daniel. Após o garoto perder utilidade, ele não é mais um Homem, não tem senso de moralidade algum, é capaz de abandonar um menino surdo ou matar alguém inconveniente sem remorso algum.
Sangue Negro é daqueles que a cada vez que você revê, ou lê algum ponto de vista diferente, ele fica ainda melhor, mais complexo e intrigante.
Ah, sim, e que fala final! (Facilmente uma das melhores que eu já vi até hoje). Nota: 5/5

Missão: Impossível 2 – John Woo: Gosto muito da série, mas acho que este é, sem dúvidas, seu título mais fraco. 
Tem seus momentos inspirados (é particularmente interessante as diversas referências ao filmes do Hitchcock - desde o mcguffin até o "mulher amada nas mãos do inimigo" do "Interlúdio"), mas é recheado de clichês, e utiliza de maneira previsível e decepcionante os elementos da "mitologia" da série (principalmente o truque da "cara falsa", que é um recurso interessante, mas que de tão mal utilizado, fica óbvio e clichê conforme o filme avança). Nota: 3/5

O Segredo dos Diamantes – Helvecio Ratton: Acho que dentre os filmes voltados para o público infanto-juvenil feitos no Brasil (Eu e Meu Guarda Chuva, O Menino Maluquinho, O Menino no Espelho), este "O Segredo dos Diamantes" é o melhor. 
Tem lá suas falhas, uma ou outra fala que soa mecânica nas vozes dos atores mirins, mas de modo geral funciona muito bem: constrói um interessante clima de suspense e aventura, usa bem as locações, e tem uma trama bem redondinha que ainda consegue fazer o espectador se preocupar com os personagens. Uma boa surpresa. Nota: 4/5

Trainspotting – Sem Limites – Danny Boyle: Vou ter que ser sincero e perguntar: o que as pessoas veem neste filme? Sinceramente não entendi. De fato, o Danny Boyle sabe o que quer e cria uma narrativa coerente, afinada do início ao fim, mas os personagens surgem como verdadeiras caricaturas, incapazes de passar a seriedade e o drama que os viciados realmente enfrentam (nesse sentido eu prefiro bem mais filme como "Réquiem Para Um Sonho"). Mas, enfim, em uma coisa eu concordo: os primeiros minutos do filme (com aquela narração do "choose") são realmente sensacionais. Nota: 3/5

30 Minutos ou Menos – Ruben Fleischer: Ruben Fleischer já havia demonstrado com "Zumbilândia" que era um diretor que trabalhava muito bem com situações absurdas e personagens esquisitos, e aqui ele comprova isso mais uma vez. Filme muito competente. Nota: 3/5

Conflitos Internos – Siu Fai Mak e Wai-Keung Lau: Fiquei impressionado como a refilmagem do Scorsese foi fiel à este original. Se você gostou dos "Os Infiltrados", provavelmente vai gostar deste "Conflitos Internos". É basicamente o mesmo filme, só que sem a sub trama envolvendo o Leonardo DiCaprio e a namorada do Matt Damon, sem o Jack Nicholson, e sem a direção enérgica do Scorsese. Ou seja, como um todo, acho o remake um pouco mias interessante, mas este é um filme que com certeza deveria ser mais conhecido. Nota: 4/5

Uma Rua Chamada Pecado – Elia Kazan: Gostei muito, mas não acho essa obra prima que tantos falam. As atuações são impecáveis, de fato, e até difícil de acreditar que este era um dos primeiros papéis do Marlon Brando. A trama é redondinha, mas acho que fica com um gosto de estar faltando alguma coisa, talvez no teatro (para onde foi originalmente escrita) fique um pouco mais completa. Enfim, de qualquer maneira é um clássico indiscutível e que deve ser visto. Nota: 4/5

Blue Jasmine – Woody Allen: Revendo este filme depois de mais de um ano, e depois de ter conhecido mais a fundo a carreira do Woody Allen, fiquei impressionadíssimo como o filme é bom. Eu já havia adorado da primeira vez, principalmente em função da atuação inspirada da Cate Blanchett, mas não tinha reparado na complexidade dos personagens que ele havia criado ali. 
Desde desilusões, até a traição (em vários âmbitos), passando pelo amor, complexo de superioridade e inferioridade, está tudo lá. 
Também me impressionou a qualidade dos personagens secundários e seus intérpretes: a cena em que o personagem do Andrew Dice Clay reencontra a Jasmine, por exemplo, transborda sentimentos sem chamar a atenção para si, e a cena em que Sally Hawkins está falando com o Louis C.K. ao telefone é uma verdadeira aula de interpretação.
É interessante como o Woody Allen gosta de fazer releituras de seus clássicos preferidos: "Memórias" é uma versão do "8 1/2", "A Era do Rádio", do "Amarcord", ambos de Fellini; "Interiores" e "Setembro" são, de certa forma, sua versão dos filmes do Bergman (especialmente "Gritos e Sussurros"); já "Vicky Cristina Barcelona" é o seu Almodóvar; e este "Blue Jasmine" é o seu "Uma Rua Chamada Pecado".
E não é que mesmo com quase 80 anos e mais de 40 filmes na carreira, o Woddy Allen ainda surpreende? Nota: 4/5

Missão: Impossível 3 – J. J. Abrams: Briga com o primeiro pelo título de melhor filme da série. É extremamente bem dirigido (nem parece que é o primeiro filme do J. J. Abrams), com um constante clima de desconforto e tensão, e traz um dos melhores vilões que eu já vi, graças à impressionante atuação do Philip Seymour Hoffman. Além disso, dá uma verdadeira aula ao filme anterior em relação a como usar os recursos da saga (destaque para a "cara falsa", que aqui, ao contrário do segundo filme, é utilizada de maneira exemplar e orgânica à narrativa), e consegue também desenvolver muito bem o protagonista, adicionando motivações pessoais em sua jornada, algo que é sempre bem vindo. Filme essencial para quem gosta de espionagem. Nota: 4/5

A Vida de Brian – Terry Jones: Não acho que seja uma obra prima da comédia, mas é, sem dúvidas, hilário. (A cena do guarda segurando o riso na parte do "biggus dickus" foi um dos momentos em que eu mais ri em um filme na minha vida). Além disso, o filme faz ainda uma forte crítica à religião e a necessidade insaciável do ser humano de acreditar em algo maior e seguir um líder. Nota: 4/5

O Amor Custa Caro – Joel Coen: Sou muito fã dos irmãos Coen (muito mesmo), mas não gostei deste filme, o achei extremamente sem graça e perdido, e seus momentos levemente inspirados soam muito mais como um desperdício de talento do que qualquer outra coisa. Nota: 3/5

Missão: Impossível – Protocolo Fantasma – Brad Bird: Mais um filme muito bom da série "Missão: Impossível". Acho que a cada capítulo a saga consegue inovar em algo: o primeiro é o mais completo; o segundo, mesmo sendo o mais fraco, aqui e ali diverte pelos seus exageros; o terceiro é o que mais desenvolve o protagonista e traz o melhor vilão; e este quarto é o mais ousado esteticamente. 
É interessante porque Brad Bird é um diretor de animação e tem um senso estético diferente, e ao filmar em live-action acaba trazendo elementos que caem como uma luva para a proposta de série, com uma câmera mais virtuosa, sempre se movendo em eixo improváveis e, surpreendentemente, conseguindo criar tensão e empolgação ao mesmo tempo.
E por mais que o roteiro tenha problemas (a incerteza no desenvolvimento do personagem do Jeremy Renner é particularmente irritante e decepcionante), a experiência, como um todo, vale muito a pena. Nota: 4/5

A Promessa – Sean Penn: É impressionante o talento de Sean Penn na direção. Filme exemplar. Além de bem dirigido, com um constante clima de desconfiança e excelentes atuações, o roteiro é um show à parte. Os personagens são complexos e desenvolvidos com cuidado, e a trama avança sem pressa, se preocupando muito mais com os indivíduos do que com os acontecimentos em si. E em relação ao final, que já vi várias pessoas criticando, confesso que assim que o filme foi para os créditos, fiquei com um gostinho amargo, mas um minuto depois, parando para pensar e refletir sobre, passei a entender sua complexidade e sua precisão, e o achei irretocável. Nota: 5/5

Tempo de Valentes – Damián Szifron: Vendo este filme é difícil de acreditar que Damián Szifron iria dirigir algo tão bom e preciso como "Relatos Selvagens". O senso de humor do filme é peculiar, e tem algumas situações que realmente são bem inspiradas (destaque para a cena do jantar), mas ainda assim, o roteiro não vai pra lugar nenhum e o tom da narrativa é impreciso e chato. Nota: 3/5

A Entrega – Michael R. Roskam: Gostei do filme. Ele é uma espécie de outra versão do último filme do Michaël R. Roskam, que o levou à hollywood, Bullhead. Traz um protagonista com conflitos e uma trama que, mesmo simples, funciona, além disso, a direção é bem segura e consegue criar momentos muito interessantes de tensão. Não é particularmente marcante, mas vale bastante a pena. Nota: 3/5

Boogie Nights – Paul Thomas Anderson: Imagine Martin Scorsese dirigindo um filme do Robert Altman, adicione um humor estranho (uma mistura de Tarantino com irmãos Coen), e você terá uma ideia do que é Boogie Nigths.
Uma das coisas que eu mais gosto do Paul Thomas Anderson, é que seus filmes ficam sempre melhores depois de uma revisita.
Vendo este "Boogie Nights" pela segunda vez depois de mais de um ano, só reforçou minhas primeiras impressões sobre ele: extremamente original e com uma direção impecável (o que dizer daqueles planos-sequência?).
Além disso, o drama dos personagens me pareceram ainda mais concretos desta segunda vez. É interessante porque o Paul Thomas Anderson mantém sua câmera sempre em movimento, e um dos únicos momentos que ele pára é quando o Eddie Adams (Mark Wahlberg) e o Jack Horner (Burt Reynolds) se abraçam no fim, pois tudo que o Eddie precisava era um pouco de afeto.
É um momento de sensibilidade ímpar e discreta em um filme que pode até parecer um pouco frio para olhares mais desatentos. Nota: 5/5

Acerto Final – Sean Penn: Gostei muito. Filme redondinho, com um ótimo roteiro e uma ótima direção. 
Uma coisa que achei muito interessante que o Roger Ebert comentou em um de seus textos, é que os filmes do Sean Penn são sempre sobre um personagem tentando definir sua identidade (seja para si mesmo ou para outras pessoas). Em "A Promessa" temos um ex-detetive fissurado por um caso que mesmo se resolvido não iria mudar nada, mas ele precisa disso para se sentir "feito"; em "Na Natureza Selvagem" essa visão é mais clara, um jovem que não consegue se "encaixar" do mundo formal e se "encontra" vivendo de uma maneira alternativa; já neste "Acerto Final" esse ponto é um pouco mais discreto: o personagem do Jack Nicholson não quer vingança apenas para se sentir bem, ele precisa se convencer que é importante e, mais ainda, convencer sua ex-esposa que ele é alguém. 
É sempre bom quando um filme vai ficando cada vez melhor quando você pára pra pensar sobre ele. Nota: 4/5

Eu Sou A Lenda – Francis Lawrence: Não entendo porque tanta gente detona esse filme, eu o achei ótimo. A construção de tensão é excelente (poderia ser ainda melhor se os monstros não aparecessem no final) e o protagonista é complexo e conflituoso.
Sim, o final deixa a desejar, mas nada que estrague o que já havia ocorrido até então. É raro um filme conseguir ser tão bom assim e ainda ter um grande apelo comercial. Nota: 4/5

Os Donos da Noite – James Gray: Acredito que o James Gray seja uma das melhores coisas a acontecer no cinema americano nos últimos anos, e este "Donos da Noite", mesmo não sendo seu melhor trabalho, é um filme invejável e inesquecível, algo que fica claro desde seus primeiros minutos. É interessante que seus filmes sempre trazem uma preocupação estética incrível ao mesmo tempo em que o drama dos personagens é tocante e sensível - um equilíbrio muito difícil de conseguir e que diferencia os grandes diretores. Nota: 4/5

O Fundo do Mar – Damián Szifron: Vendo este filme fica óbvio que "Relatos Selvagens" é a grande obra prima do Damián Szifron, e é também o filme que ele sempre quis fazer, pois une as qualidades do "Tempo de Valentes" (o senso de humor esquisito) e o clima de tensão deste "O Fundo do Mar", que como um todo é um filme esquecível, lugar comum, e com um final extremamente decepcionante. Nota: 3/5

Precisamos Falar Sobre o Kevin – Lynne Ramsay: Gostei, talvez menos do que a maioria das pessoas, mas gostei. É particularmente interessante o uso do vermelho que o filme faz, e a maneira como ele constrói a tensão não a partir do que acontece, mas do que sabemos que está para acontecer. Um dos raros casos em que saber o final faz bem ao espectador.
Um outro detalhe: desconfio de que muitas cenas (principalmente as que traz Kevin ainda criança) são contadas não da maneira que "realmente" aconteceu, mas da maneira como a personagem da Tilda Swinton vai se lembrar delas, por isso seu filho sempre parece prestes a fazer alguma coisa macabra. Nota: 4/5

Perdidos na Noite – John Schlesinger: Tenho que confessar que não curti muito não. Os conflitos dos personagens são interessantes, mas o filme se mostra incapaz de gerar um elo com o espectador e acaba soando desnecessariamente frio. Nota: 3/5

Missão: Impossível – Nação Secreta – Christopher McQuarrie: 2015 realmente vem sendo um ano bem interessante para as grandes produções. Mais um filme extremamente bem realizado. Consegue trazer sequências memoráveis (destaque para a cena do avião e aquela que se passa debaixo d´água) e uma trama redondinha, que mesmo não sendo particularmente marcante, funciona muito bem, e garante ao filme o título de terceiro melhor da série. Nota: 4/5

Bullhead – Michael R. Roskam: De modo geral, é um bom filme, mas deixa um pouco a desejar. A direção mantém o espectador vidrado até o fim, mas o roteiro, apesar de trazer um protagonista complexo, parece desinteressado em sua fraca trama, o que atrapalha bastante. De qualquer maneira, daria uma boa sessão dupla com o filme que o Michaël R. Roskam fez em seguida nos EUA, "A Entrega". Nota: 3/5

Rebecca, a Mulher Inesquecível – Alfred Hitchcock: Não é a toa que o Hitchcock é quem é. Mais um filme irretocável em sua carreira. E se é não é um dos 5 melhores é pelo menos um dos 5 mais importantes, tendo em vista que ganhou o Oscar e deu a ele total liberdade criativa para seus próximos trabalhos. Nota: 5/5

Eu Ainda Estou Aqui – Casey Affleck: Tem lá sua crítica ao mundo superficial das celebridades e da mídia, e o talento do Joaquin Phoenix é inegável, mas o filme não é muito mais do que isso, bem fraquinho. De qualquer maneira, fiquei curioso para ver o que o Casey Affleck poderia fazer com um bom roteiro de ficção, pois ele me pareceu talentoso, principalmente por seu senso estético (o último plano do filme é ótimo). Nota: 3/5

Boa Noite e Boa Sorte – George Clooney: Esteticamente o filme é memorável, e o talento de George Clooney para direção é admirável, mas o roteiro, mesmo trazendo um história que merece ser contada, é bem fraco e prejudica bastante o resultado final, principalmente por não conseguir criar envolvimento com o espectador. Nota: 3/5

Halloween – A Noite do Terror – John Carpenter: Achei sensacional, não desgrudei os olhos da tela por um segundo sequer. 
Em relação ao fato do vilão ser praticamente indestrutível, não acho que tenha sido um problema, pois ele não é o protagonista e o filme é sobre as situações em si, e a maneira como o ser humano reage diante de uma ameça implacável (essa questão é recorrente no gênero Terror e já foi trabalhada por diversos filmes, dente eles, o excelente Alien, de Ridley Scott). Nota: 5/5

Eragon – Stefen Fangmeier: Se Star Wars se passasse no universo de Senhor dos Anéis e fosse ruim, seria esse filme. E o pior é que o livro consegue divertir apesar das falhas, e os personagens conseguiam ser carismáticos, mas o roteiro matou todas as boas possibilidades, construindo personagens unidimensionais e uma trama previsível que parece mais preocupada em conseguir uma continuação do que contar uma boa história. Nota: 2/5

Testa de Ferro Por Acaso – Martin Ritt:O timing cômico do Woody Allen vale o filme, mas o roteiro é muito fraco. Parece que está tão convencido de que a história é interessante (e de fato poderia ser) que não se preocupa em contá-la de uma maneira original. Nota: 3/5

Sem Segurança Nenhuma – Colin Trevorrow: Prova de que não é preciso um orçamento exorbitante para se fazer uma boa ficção científica, basta um bom roteiro e um bom diretor disposto a contar uma história. Nota: 4/5

Cabra Marcado Para Morrer – Eduardo Coutinho: Um dos melhores filmes sobre as feridas deixadas pela Ditadura Militar no Brasil. Não acho que seja o melhor do Coutinho, mas é, sem dúvidas, admirável. Nota: 4/5

Cabo do Medo – Martin Scorsese: Scorsese é sensacional, mais um excelente filme em sua carreira. Gostei particularmente da maneira como ele usa sua tão característica energia não apenas para criar um ritmo alucinante, mas também para gerar tensão e um clima de terror. Nota: 5/5

Ted 2 – Seth MacFarlane: Está bem abaixo do primeiro, principalmente pela sua irregularidade, mas ainda assim consegue trazer alguns momentos inspirados e gerar algumas risadas. Nota: 3/5

Meu Amigo Harvey – Henry Koster: Adorei. Traz um senso de humor afinadíssimo e ótimos personagens. Nota: 4/5

Paraísos Artificiais – Marcos Prado: Esteticamente, o filme tem alguns momentos inspirados, mas não consegue desenvolver bem o drama dos personagens, o que compromete um pouco o resultado final. Nota: 3/5

Chamada a Cobrar – Anna Muylaert: Não curti muito, não. A atmosfera de tensão é até bem construída, mas o filme fica quase todo na mesma nota, os diálogos improvisados também ficam repetitivos, e as tentativas de incluir uma crítica social são completamente vazia e falhas. Nota: 3/5

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